Palavras estranhas
- 26 May, 2017
Por vezes os cientistas usam palavras muito complicadas. Por isso, nesta pequena seção, explicamos, em linguagem comum, alguns dos conceitos que eles usam nos seus textos.
Epigenética
A epigenética consiste no estudo dos mecanismos que regulam a expressão dos genes sem uma modificação na sequência do DNA. Ela estabelece a relação entre a genética e influências ambientais que determinam um fenótipo (caraterísticas de expressão de um indivíduo, físicas e comportamentais).
A epigenética atua como uma ponte entre os genes e o ambiente. Alguns fatores ambientais, tais como nutrição ou stress crônico, podem iniciar processos químicos que conduzem a alterações no epigenoma.
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ad hoc
É uma expressão latina que significa “para esta finalidade”.
Ela indica que uma solução é usada para um problema/propósito específico, e que, portanto, não é aplicável a outros problemas.
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Evolução (Teoria da Evolução)
Teoria que defende que a diversidade da vida na Terra provém de um processo físico e químico de um antepassado comum. Este processo inclui espécies, populações, indivíduos e organismos moleculares (evolução molecular). Por outras palavras: toda a vida na Terra provém de um antecessor universal comum que existiu há 3500-3800 milhões de anos atrás.
Charles Darwin no seu livro The Origin of Species, publicado em 1859, formulou esta teoria, defendendo que a vida foi evoluindo através de pequenas e sucessivas modificações, ao longo de milhões de anos, de uma forma aleatória (isto é, arbitrária). Ele chamou a este processo “seleção natural”.
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Seleção Natural
Seleção natural é o sucesso reprodutivo diferencial. Explicando por palavras simples: Se tivermos uma dada população, e existirem indivíduos que, por certas caraterísticas, apresentam mais descendência, diremos que esses indivíduos têm um “sucesso reprodutivo diferencial” em relação a outros. Esses indivíduos são, portanto, os que tenderão a perpetuar-se, enquanto que os outros acabarão por extinguir-se.
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Teoria do Design Inteligente (TDI)
Darwin afirmou, no capítulo VI, seção “Modes of transition” do seu livro “The Origin of Species” que: “Se se demonstrar que há um orgão complexo que não poderá ter sido formado por meio de pequenas, numerosas e sucessivas modificações, a minha teoria é completamente destruída, mas eu não consigo encontrar nenhum caso deste tipo”.
A teoria do design inteligente afirma que a ciência atual tem encontrado (passados mais de 150 anos da edição do livro de Darwin) muitos casos de orgãos com uma complexidade irredutível, os quais destroem a tese de Darwin. O resultado do conjunto de estudos acerca da célula – estudos da vida ao nível molecular – e o estudo da cosmologia fornecem dados suficientes para se afirmar que a vida e o universo foram planeados e estruturados com engenharia, design e ajuste detalhado.
Portanto, o universo e a vida, de acordo com esta teoria, não podem ser resultado de um processo indireto tal como a seleção natural, mas sim o resultado de uma causa inteligente.
Para nos situarmos um pouco melhor, vejamos a definição dada pela Sociedade Brasileira do Design Inteligente (TDI) no seu website oficial:
“A teoria do design inteligente é a ciência da deteção – ou não – do design inteligente. Isto é, ela consiste no estudo científico de padrões na natureza que podem remeter para ou descartar a ação de uma mente inteligente como a causa de um efeito. A TDI é, portanto, a ciência que se propõe estabelecer-se quando, antes de um efeito, nós estamos cientificamente autorizados a inferir se a primeira causa mais provável deste efeito – o universo e a vida – são o resultado de uma mente inteligente ou de forças naturais não guiadas”.
Vê o texto completo WHAT IS TDI?
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Teoria Sintética
Atualmente, a teoria da evolução combina a proposta de Darwin com alguns aspetos da genética; é por isso que ela é chamada de “síntese moderna” ou “teoria sintética”.
De acordo com esta teoria, a evolução é definida como uma mudança na frequência dos alelos de uma população ao longo de gerações. Esta mudança pode ser causada por diferentes mecanismos, tais como seleção natural, deriva genética, mutação e migração de gene. Atualmente, a teoria sintética é aceita por grande parte da comunidade científica, embora, com o avanço do conhecimento científico, exista um crescente criticismo fundamentado, defendendo que esta teoria não consegue explicar a complexidade da vida e do universo.