Infelizmente, erramos. Fizemos uma conclusão baseada em dados incompletos, imprecisos, sobre a vida e o universo

 

Marcos N. Eberlin:

Pergunta do Dr. Augustus Nicodemus Lopes: Porque, a pesar de todas essas descobertas da Ciência, prevalece ainda na Academia a teoria de que a vida teve uma origen espontánea, se está clara a sua complexidade?

Eu acredito, Augustus, que foi por culpa de um pacto, de uma posição que nós assumimos há 150 anos atrás. Quando Darwin propôs a sua teoria, quando ele elaborou os seus argumentos, o entendimento que nós tinhamos sobre a vida era realmente, isso sim, rudimentar, medieval e obscurantista. Nós imaginavamos que a vida, que a célula a unidade básica da vida era formada por uma única substancia, o protoplasma, algo que era como uma gelatina.

Então imaginar naquela época que, realmente, a vida poderia ter surgido numa sopa, naquele caldo escaldante da sopa primordial, não era realmente muito difícil.

Então argumentos foram elaborados. E nós assumimos então uma posição muito clara de que a vida tinha surgido por processos naturais.

E estamos a defender esta posição por 150 anos.

E cada vez mais que os dados nos falavam contra essa posição, a gente fincava o pé, cada vez mais, cada vez mais. Fincava o pé.

Chegamos a uma posição de impasse, absoluto impasse.

Então hoje a gente não quer jogar a toalha. E a gente faz de tudo para não debater, não queremos ouvir sobre Design Inteligente, a gente não quer falar sobre o Design Inteligente. A gente faz a propaganda mais forte, o mais incisiva possível, porque a gente tem que abafar os dados.

Mas em Ciência, nada melhor em Ciência do que um dado após o outro, um dado após o outro. E a enchorrada, a avalanche de dados, hoje, esta falando muito mais alto do que os cientistas. E os cientistas, realmente, vão ter que chegar e encarar a sociedade e, com a humildade que todos nós devemos ter, encarando essa sociedade, dizer:

‘Gente! Infelizmente, erramos. Fizemos uma conclusão baseada em dados incompletos, imprecisos, sobre a vida e o universo, de que as forças naturais teriam capacidade de criar-lo’.

Do vídeo Entrevista com Dr. Marcos Eberlin (parte 2 de 2)

1ª Entrevista de Augustus Nicodemus Gomes Lopes ao Dr. Marcos N. Eberlin no programa Academia em Debate da Universidade Presbiteriana Mackenzie de São Paulo.

Canal Youtube: Marcos N. Eberlin
Publicado: 9 ene. 2012
Canal Youtube: Marcos N. Eberlin
Publicado: 9 ene. 2012

Maior Químico do Brasil diz que Evolução Química é Inviável

Canal Youtube: Inteligentista
Publicado el 14 may. 2017

O LUCA

Alguns falam que era uma ‘forma rudimentar de vida’

Hoje temos muitas informações para saber como devia ser esse Luca.

Requisítos mínimos do LUCA

Como deveria ser esse ser ao nível molecular?

3 características essenciais:

  1. Teria que ser capaz de se reproduzir. Autopreservação
  2. Teria que ser capaz de armazenar e processar energia. Autosustento.
  3. Teria que ser capaz de armazenar e processar informação. Automação.

Para que esse primeiro Luluca, esse primeiro ser, ao nível molecular, pudesse fazer tudo isso, ele teria que ter, no mínimo, esses 9 requisítos:

  1. Teria que ter uma membrana com dupla camada resistente a flutuações de temperatura
  2. Teria que ter uma membrana capaz de capturar energia externa
  3. Um mecanismo para encapsular biomoléculas, todas as essenciais para a vida.
  4. Teria que ter canais e filtros proteicos.
  5. Teria que ser capaz de sintetizar macromoléculas
  6. Replicar essas macromoléculas
  7. Teria que ter un código de replicação e, se ele quisesse ser algo mais do que o Luca, teria que ter um código de especialização
  8. Mecanismo de subdivisão da membrana célular
  9. Capaz de transmitir informação para o filho o a filha.

A imensa maioria dos químicos que estudam a viabilidade da evolução química admitem: realmente o Luca deveria ser capaz de fazer isso ai.

Mais sera que seria só isso?

não.

O Luca teria que ter mais algumas coisas.

E uma das que mais me fascina, e a gente tem atuado um pouco nessa área também, é que as proteínas, as unidades fundamentais, os polímeros fundamentais da vida, as proteínas terian que ter uma característica muito particular e especial:

  • Todos os aminoácidos dessas proteínas deveriam ter a mesma quiralidade
  • Essa quiralidade teria que ser a ‘L’

E isto é tudo?

Não, tem muito mais.
Se quiser saber mais, assista ao vídeo 🙂

Marcos Eberlin
Possui Graduação (1982), mestrado (1984) e doutorado (1988) em Química pela Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP e pós-doutorado no Laboratório Aston de Espectrometria de Massas da Universidade de Purdue, USA (1989-1991).
Atualmente é professor titular MS-6 da UNICAMP, onde fundou e coordena o Laboratório ThoMSon de Espectrometria de Massas (http://thomson.iqm.unicamp.br). É membro da Acadêmia Brasileira de Ciências (2002) e comendador da Ordem Nacional do Mérito Científico (2005). Recebeu o Prêmio Zeferino Vaz de Reconhecimento Acadêmico (2002) e Prêmio Scopus-Capes (2008) de excelência em publicações e formação de pessoal, e a medalha Thomson (2016) da Sociedade Internacional de Espectrometria de Massas, a maior honraria concedida na área. Foi vice-diretor do Instituto de Química da UNICAMP (1998-2002) e presidente (2009-2014) da Sociedade Internacional de Espectrometria de Massas (IMSF). É hoje presidente-executivo da Sociedade Brasileira de Espectrometria de Massas (BrMASS) e da Sociedade Brasileira do Design Inteligente (TDI BRASIL). É editor associado do Jornal Journal of Mass Spectrometry (JMS) da Willey. Orientou cerca de 180 mestres, doutores e pós-doutores, que hoje se espalham pelo Brasil e pelo mundo como pesquisadores e profissionais, e seu grupo de pesquisa é um dos mais numerosos do Brasil, com cerca de 50 pesquisadores. Já publicou cerca de 800 artigos científicos (2016) com perto de 16 mil citações em áreas científicas diversas como a Química, Física, Bioquímica, Biologia, Forense, Farmacêutica, Alimentos, Veterinária, Ciências Médicas e de Materiais.

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